E aos poucos, ela murcha
- Heloisa
- 6 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Totalmente monótomo. Totalmente na dela, chora trancada nos cômodos opostos a multidão. Grita por ajuda, totalmente sem sucesso. Roubam sem dó nem piedade meus pensamentos e expressões. Aos poucos levam sua alma. E a pequena flor murcha. A pequena flor não é regada, o ambiente a mata.
O alarme toca. Abre os olhos, com a garganta gritando de dor, ela pensa, mais uma dia. Falsos sorrisos a sua volta trazem uma alegria momentânea. Vira de lado. O ursinho traz o cheiro de seu amado. Sentada, teu reflexo a encara. A lágrima escorre. A cada dia é tirada de ti mais um pedaço da alma. 5 minutos depois, o alarme se repete.
A fome a abandonou mais uma vez. Sem expressão nenhuma, veste tua calça. faz tudo cada vez mais rápido, coloca os fones, e fica, assim como uma boneca, onde a colocam, ela fica, e fica. A cada dia tiram de ti um pedacinho, e ninguém repara que quando acaba, não tem mais de onde tirar. Sem ter mais o que falar ela apenas espera o próximo pedaço a ser arrancado bruscamente.
É incrível como as pessoas a tua volta são capazes de te cortar pela raiz, o jeito tão experiente de murchar pequenas esperanças e opiniões. A maioria das pessoas a tua volta são máquinas de xerox, repetem o corte que fez com que elas sofressem. Isso é triste. A impressão é que eles plantam uma flor para depois arranca-la da terra. Talvez sejamos todos máquinas de xerox tentando ser de pedra para poder evitar ferimentos. E assim nosso ciclo sucede, dias monótomos, onde nosso ambiente nos mata, e ali ficamos, lutamos para ver quem murcha por último.
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